Baianos dizem não à energia nuclear

23/03/2011

No belo entardecer da Praça Castro Alves, na capital baiana, “o poeta dos escravos” testemunhou uma comovente homenagem hoje (22/03/11), quando milhares de participantes do XI Grito da Água fizeram um minuto de silêncio em solidariedade às vitimas do terremoto japonês e aos afetados pela contaminação radioativa da usina atômica de Fukushima, que já alcança países da Europa e dos EUA. Na praça, cantada em prosa e verso, símbolo e cenário de episódios importantes da história e da cultura da Bahia, foi encerrada a manifestação do Dia Mundial, Estadual e Municipal da Água, que busca conscientizar a sociedade para abraçar as lutas “em defesa da água e do meio ambiente”.

Ali também, mais uma vez, dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores em Água Esgoto, promotor do evento, destacaram a grave situação dos baianos de Caetité, afetados pela única mineração de urânio em operação no Brasil, onde se produz a matéria prima para a fabricação do combustível das usinas atômicas do Rio de Janeiro. Por causa da catástrofe nuclear japonesa, cujas conseqüências ainda estão sendo calculadas, o Grito da Água funcionou como um levante contra o uso da energia nuclear no Brasil. As falas antinucleares e em defesa da exploração de energias limpas e renováveis começaram no  inicio da manifestação, em frente ao Teatro Castro Alves, no Campo Grande, prosseguindo durante a caminhada por ruas do centro da cidade até o ponto final do ato.

Animada por dois carros de som, com presença marcante de muitos jovens, crianças, estudantes, baianas, bonecos gigantes, representantes de diversas organizações e movimentos sociais da capital e do interior, os manifestantes se posicionaram, com vigor, contra a usina nuclear na Bahia. Este foi o tema predominante durante a caminhada, que salientou a preocupação das populações de Caetité com a insegurança da mineração, a contaminação da água e do solo e o aumento dos casos de câncer na região e dos prejuízos sócio ambientais.

O que acontece no Japão hoje, infelizmente tendo como pano de fundo uma extraordinária tragédia humana e econômica, representa um dramático alerta para toda a humanidade sobre os perigos da energia nuclear. Os manifestantes desfilaram com um imenso balão com inscrição contra a implantação de usina nuclear na Bahia e uma faixa complementando que os baianos não querem “este perigo”.

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