Movimento Jaguaribe Vivo critica poluição e solicita audiência com governador em entrega de trecho da canalização do rio Jaguaribe

22/11/2018

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Governador Rui Costa entregou essa segunda (19)  trecho da obra de canalização do rio Jaguaribe e recebeu cobrança de militantes do Movimento Jaguaribe Vivo sobre providências para a despoluição da bacia. O grupo, que tem criticado há anos a concepção de macrodrenagem proposta pelo governo para a bacia do Jaguaribe, entregou documentos, solicitou reunião para tratar do assunto e reforçou a necessidade do planejamento integrado de macrodrenagem, esgotamento sanitário e conservação ambiental. O Governador e o Secretário da Casa Civil, Bruno Dauster, comprometeram-se a receber o grupo em data ainda a definir.

A intervenção do Governo do Estado está canalizando 10 km dos rios Jaguaribe e Mangabeira. A prefeitura de Salvador, por sua vez, realizou na mesma bacia a canalização dos rios Trobogy e Passa Vaca. A entrega desta segunda feira foi na orla de Piatã, do trecho de 1km que vai do Costa Verde Tênis Clube até a foz, na praia da terceira ponte. O leito do rio recebeu paredes laterais de concreto e revestimento no fundo no trecho final, alterando totalmente a paisagem tombada pelo IPHAN como patrimônio brasileiro.

O Jaguaribe era um dos únicos rios correndo em leito natural da capital baiana e nessa segunda saudou o governador em péssima forma. O aspecto poluído e o mau cheiro que exalava não deixam dúvidas de que a intervenção não contou com um componente básico, retirada dos esgotos, que deveria ter sido feita de forma integrada e prévia às intervenções de macrodrenagem.

O professor da UFBA Lafayette Luz, especialista em águas e participante do Movimento Jaguaribe Vivo, aponta que alguns impactos previstos pelos críticos da obra já se concretizaram e podem ser notados, a exemplo do maior acúmulo de águas com poluição concentrada no trecho baixo e com isso mais esgotos chegando ao mar. Ele também afirma que as placas de concreto, além de não propiciar margens para plantas e animais, que perdem seus habitats, interferem na dinâmica do rio: “com o revestimento lateral em concreto tem-se reduzido o processo de interação do rio com as águas de subsuperfície, ou seja, ele deixa de ter suas funções ambientais próprias de rios”, explica.

Desde o início da mobilização contra a obra, técnicos, ambientalistas e moradores têm defendido a revisão do projeto utilizando concepções mais sustentáveis de drenagem, sem impermeabilização do seu leito e margens. Nota técnica do Mestrado em Meio Ambiente, Águas e Saneamento Ambiental da UFBA, apontou que a drenagem poderia ser feita através de alternativas tecnológicas mais sustentáveis, como as bacias de detenção. O CREA também pontuou em carta aberta a necessidade de adoção de novas tecnologias que permitam a conservação das poucas áreas naturais no meio urbano.

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