Participantes da Semana da Mata Atlântica 2011 pedem mais proteção para as florestas no encerramento

02/06/2011

Moção contra mortes, atentados aos direitos humanos e carta aberta contra alterações no Código Florestal estão entre os encaminhamentos

O assassinato de ambientalistas e as ameaças a integrantes de movimentos em defesa da qualidade de vida motivaram os participantes da Semana Nacional da Mata Atlântica 2011, encerrada no dia 27, sexta-feira, em Curitiba, a enviar moções a diversos segmentos dos governos federal e do Estado do Paraná pedindo providências. Nos documentos aprovados no evento organizado pelo Ministério do Meio Ambiente, pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Paraná, pela Rede de ONGs da Mata Atlântica e pelo Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, um dos pedidos é de atenção especial na investigação do assassinato de cinco pessoas no dia 22 de abril deste ano. Entre os mortos, estava o militante Jorge Carvalho Grando. O caso ficou conhecido como Chacina de Piraquara.

Para os 358 presentes no evento, que teve a participação de mais de cem entidades governamentais e não governamentais, o episódio não é um caso isolado. Há mais lideranças ambientalistas paranaenses sofrendo ameaças de morte. Outras situações evidenciam violações aos direitos humanos. Uma militante de Araucária, que enfrenta a exploração ilegal de areia na região, e um ambientalista que denunciou a instalação de um aterro sanitário em Itaperuçu sem os devidos procedimentos do licenciamento ambiental, têm sido ameaçados e perseguidos.

Do encontro também saiu uma moção proposta pelo CNRBMA que demonstra preocupação com relação à construção de uma segunda ponte entre Foz do Iguaçu e a cidade paraguaia de Puerto Presidente Franco, onde se encontra os Três Marcos de Fronteira Argentina/Brasil /Paraguai. O documento apóia a proposta do Movimento Águas Grandes, que reúne diversos segmentos da sociedade civil, confederações de indústrias, sindicatos para que os governos revisem o critério de localização do empreendimento.

As entidades também elaboraram uma carta aberta à Presidente da República e ao Congresso Nacional onde expressam repúdio e indignação quanto às mudanças do Código Florestal aprovado pela Câmara dos Deputados em 24 de maio de 2011. A carta alerta que se o texto for mantido, vários problemas serão agravados tanto no campo como na cidade. E lembram que as maiores representações científicas do País,  ex ministros de meio ambiente, representações da agricultura familiar, de empresários, da sociedade civil, demonstraram a inadequação do texto votado para o meio ambiente e para a produção.

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