Pesquisa de Fixação de Carbono aponta sucesso das restaurações do Gambá

30/07/2015

O Projeto Ações Ambientais Sustentáveis, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Socioambiental, propôs uma pesquisa de fixação de carbono para avaliar quanto as restaurações do Gambá estão contribuindo com a retirada de gás carbônico da atmosfera. O estudo é inédito na região do Recôncavo Sul Baiano e chegou ao resultado de 47,85 toneladas de carbono por hectare fixadas em um plantio de 16 anos.

A fixação de carbono em florestas acontece quando o gás carbônico presente na atmosfera é incorporado na estrutura de vegetais através da fotossíntese. Por outro lado, caso seja desmatado, especialmente se seguido de incêndio, esse carbono armazenado nas árvores é liberado para o ambiente. O gás carbônico, quando na atmosfera, contribui com o efeito estufa e o aquecimento global, um dos motivos pelo qual as florestas ajudam a regular o clima.

O estudo foi conduzido pela professora Alessandra Caiafa, do Laboratório de Ecologia Vegetal e Restauração Ecológica (LEVRE), da UFRB, e por sua equipe de orientandos Cristiano Nunes, Éber Dourado e Jocy de Souza em uma propriedade reflorestada pelo Gambá em Elísio Medrado. Para a professora, o sucesso das restaurações do Gambá visível em fatores como o retorno da fauna e de polinizadores, foi comprovado por um novo método: “Ao medir o carbono armazenado nele e consultando a literatura a gente percebeu que os nossos valores são similares aos de florestas em estágio inicial transicional para médio de regeneração, o que indica pra nós que podemos ter ali um retorno de um serviço ecossistêmico importantíssimo que é o ciclo do carbono. A nossa floresta plantada está muito similar a uma floresta naturalmente regenerada“, explica.

Linha de Base: uma comparação

Esse tipo de estudo de fixação de carbono procura comprovar o quanto uma restauração ou o desmatamento evitado contribui para retirar gás carbônico da atmosfera. No caso da restauração, para se achar o incremento, é necessário aferir também o valor inicial de carbono estocado na área antes de ser reflorestada, essa é a chamada linha de base.

No caso do plantio estudado o cenário, muito semelhante às demais restaurações do Gambá na área, foi uma pastagem degradada. Por isso realizou-se a medição de quanto carbono a pastagem nos arredores do plantio armazena e chegou-se ao valor de 3,52 toneladas de carbono por hectare. Com isso, fica comprovado que houve um ganho na fixação de 44,33 toneladas de carbono fixadas ao se fazer a restauração ecológica, no decorrer destes 16 anos de plantio. Além do retorno de serviços ambientais como a polinização e o ciclo da água, a contribuição em retirar carbono da atmosfera só vem confirmar a necessidade de reflorestar cada vez mais áreas.

Estudo inédito na região

Esse tipo de estudo é inédito na região do Recôncavo Sul e tem pouca ocorrência no estado da Bahia, ao menos documentados por meio de artigos científicos. Tanto que para comparar os resultados, os pesquisadores tiveram que recorrer aos resultados obtidos em uma restauração em Minas Gerais, no mesmo tipo de ecossistema de referência. “Então podemos dizer que o Gambá está sendo pioneiro em aferir esse tipo de resposta de suas ações. O Gambá propiciou também que a academia fizesse uma pesquisa de ponta até então não feita no recôncavo, quiçá na Bahia como um todo“, avalia Alessandra.

Formação feita por Ricardo Britez, da SPVS, para realizar a pesquisa
Formação feita por Ricardo Britez, da SPVS, para realizar a pesquisa

 

O PAAS, projeto patrocinado pela Petrobras, proporcionou à equipe uma capacitação em pesquisas de carbono com Ricardo Britez, da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental, do Paraná. A formação aconteceu em maio de 2014 e foi importante para definir a metodologia da pesquisa.

Logomarca Gambá

Av. Juracy Magalhães Jr, 768, Edf. RV Center, sala 102, Rio Vermelho, Salvador/Ba. Tel/fax: 71- 3346-5965

Reserva Jequitibá – Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, Serra da Jibóia, Elísio Medrado/BA