Organizações da sociedade civil apontam necessidade de revisão em análise de índices de risco do Plano de Mudanças Climáticas de Salvador
08/06/2020
Uma série de organizações da sociedade civil analisou coletivamente a Avaliação de índice de Risco Climático para Salvador, elaborada preliminarmente pela prefeitura como segundo produto do Plano de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas. O PMAMC está em elaboração por uma equipe técnica contratada pela prefeitura, com previsão de término em agosto.
Os professores Lafayette Luz e Severino Agra, do MAASA/UFBA, Jussana Nery, Maria Lúcia Carvalho e Tereza Moura, do LACAM-Tec/UFBA e o consultor Ronaldo Lyrio foram convidados por Gambá e Canteiros Coletivos a fazer uma leitura técnica do material e compartilharam suas impressões com representantes de algumas instituições que trabalham a pauta ambiental em reunião virtual realizada no último dia 20
O estudo dos índices de risco, produzido pela prefeitura tem o objetivo de quantificar os impactos das mudanças climáticas no território soteropolitano. A ideia é projetar localmente os efeitos previstos das mudanças climáticas, como mudanças na intensidade e frequência de chuvas, temperatura do ar, derretimento de geleiras entre outros, e tentar prever através de modelos seus impactos na cidade. O documento preliminar apresentado à sociedade civil em maio, analisa as ameaças de inundação, deslizamento de terra, ondas de calor, disseminação de doenças transmissíveis, secas meteorológicas e elevação do nível médio do mar, inundação e deslizamento, entre outros. Esses resultados espacializados tendem a revelar onde estarão os pontos críticos de cada uma dessas ameaças permitindo a implementação de medidas mitigação. No estudo apresentado pela prefeitura é aplicado um cenário pessimista, de aumento de 2,6 a 4,8 ºC, e realizadas projeções para os anos de 2030, 2050 e 2100.
As observações de especialistas convidados para analisar o produto e o debate realizado com diferentes atores apontam para a necessidade de complementar a avaliação com mais dados para que ela aponte de forma mais fidedigna os cenários projetados para o futuro e também da necessidade de mais tempo para a elaboração do plano. As sugestões foram compiladas em um documento e enviadas para a prefeitura pedindo a revisão do produto.
A análise do documento foi proposta por Canteiros Coletivos e Gambá, no âmbito da rede Convergência Pelo Clima. A atividade faz parte do projeto Emergência Climática em Salvador, financiado pelo Fundo Socioambiental Casa.
