05/11/2013
Arborização de Salvador segue com passos lentos
Anderson Sotero
A Prefeitura do Salvador tem uma meta de plantar 100 mil árvores até o final da atual gestão de ACM Neto (DEM), em 2016. No entanto, após dez meses de governo, pouco mais de 2% foi alcançado. Ao todo, foram plantadas 2.200 árvores.
Faltam 97.800, o que equivale a mais de 2.500 por mês até dezembro de 2016 ou aproximadamente 85 árvores por dia.
O prefeito ACM Neto admitiu que é um objetivo difícil de cumprir. “É uma meta arrojada e ambiciosa, mas vamos trabalhar para isso”, voltou a prometer na semana passada. Neto citou ainda o crescimento imobiliário que, sem planejamento adequado nos últimos anos, comprometeu “algumas áreas verdes da cidade”.
A ação faz parte do Programa Municipal Verde Perto e está centralizada na Secretaria de Cidade Sustentável. Apesar da dificuldade assumida pelo prefeito, o titular da pasta, o secretário Ivanilson Gomes, disse que a intenção é “superar as 100 mil árvores”. “Depois que identificar a área e os períodos para plantação é muito fácil. Dá para plantar até cinco mil árvores por dia”, afirmou.
No entanto, Ivanilson diz que ainda não há um número exato do déficit da cidade, com relação à arborização. Um levantamento está sendo feito pela secretaria para se chegar a este número. A fixação das 100 mil mudas a serem plantadas foi feita com base nas condições financeiras que o município dispõe para executar a meta.
“É uma necessidade real. A ONU diz que é necessário ter 12 m² de arborização por habitante. Salvador, nos últimos anos, sofreu várias intervenções dos setores público e privado com a supressão de várias espécies. A ideia é arborizar toda a cidade. Ainda vai faltar muito, mas é um passo importante”, destacou Ivanilson Gomes.
O investimento será feito com recursos da própria prefeitura. Segundo a assessoria da secretaria, para o plantio e manutenção de uma árvore gasta-se cerca de R$200,00.
Na Av. Manoel Dias, a escassez de sombra de árvores é notada nos dias de sol intenso.
O secretário ressaltou ainda as contribuições para o clima: “Se você anda pelo Corredor da Vitória, tem um clima. No mesmo dia e horário, na Avenida Manuel Dias da Silva, que não tem arborização, é diferente”.
Planejamento
A definição dos locais que receberão as mudas e das espécies a serem utilizadas será feita de acordo com dois documentos. O primeiro deles é um diagnóstico da Mata Atlântica elaborado pela promotoria do Meio Ambiente do Ministério Público do Estado (MP-BA), em parceria com a Universidade Federal da Bahia (Ufba) e a Fundação José Silveira.
“No estudo, a gente verificou que 36% da área de Salvador apresenta Mata Atlântica com estágio inicial, quando a vegetação ainda está se recuperando. Mas a cidade como um todo carece de arborização. É fácil ver áreas com pouca vegetação”, destacou o promotor de justiça Sérgio Mendes.
O segundo documento, que ainda está sendo elaborado pela prefeitura, é o Plano Diretor de Arborização e Paisagismo, que vai orientar quais os locais e os momentos propícios para fazer a recomposição vegetal. A previsão é que ele seja finalizado até o final deste ano.
“Hoje, Salvador tem uma concentração de arborização em determinados locais e há outros locais da cidade que não têm nenhuma árvore”, ressaltou o secretário.