Entidades apóiam ação do MP e repudiam prática dos vereadores de Salvador

10/01/2012

Organizações do movimento social de Salvador demonstraram apoio à ação do Ministério Público, representado pelas promotoras Rita Tourinho e Cristina Seixas, que acionaram judicialmente 31 vereadores de Salvador. Um total de 13 entidades entregou às juristas na última segunda-feira, dia 9 de janeiro, uma Moção de Repúdio aos vereadores de Salvador e apoio à ação do MPF e MPE. Os legisladores aprovaram pontos do PDDU por meio da Louos – Lei do Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo, empregando pontos do chamado PDDU da Copa, que fora suspenso por liminar concedida pela justiça. A manobra dos vereadores de Salvador motivou o processo por improbidade administrativa.

O Gambá assinou a Moção de Repúdio e apóia a ação da promotora Rita Tourinho. Nesta quarta-feira, dia 11 de janeiro, às 9h30, no Auditório do Edf. Anexo Emerson José, localizado à Rua Rui Barbosa, Centro. O evento é aberto ao público e é de fundamental importância contar com a participação da população de Salvador, repudiando a prática dos vereadores, bem como fortalecendo a ação do MPE e MPF.

O projeto do PDDU da Copa foi construído sem escutar a sociedade, trazendo pontos polêmicos que afetam diretamente a vida dos baianos, o projeto do PDDU da Copa foi altamente questionado pelos movimentos sociais e pela população. A sua aprovação refletiu, mais uma vez, o compromisso dos parlamentares com o poder econômico do mercado imobiliário e das grandes corporações, mesmo que esses interesses comprometam a qualidade de vida e os interesses da vida de milhares de soteropolitanos.

Leia a íntegra da Moção.

MOÇÃO DE REPÚDIO E DE APOIO

As entidades abaixo subscritas vêm a público DENUNCIAR E REPUDIAR todo o engendramento de membros do poder público executivo e legislativo com vistas a promover um recuo da participação da sociedade civil no controle das políticas públicas no município de Salvador e no estado da Bahia e APOIAR a atuação dos MPF e MPE do Estado da Bahia que têm atuado em defesa e com vistas a dar efetividade ao previsto na legislação relativo à participação da sociedade civil no controle das políticas públicas no município de Salvador e no estado da Bahia.

Desde 2007 que a lei que institui o PDDU de Salvador vem sendo elaborada sem a participação efetiva da sociedade civil, o que vem causando enormes prejuízos tanto à democracia participativa quanto aos interesses da sociedade, pois o que resulta é a prevalência de interesses parciais do setor imobiliário e de pequena parcela da população representado por parcela do segmento empresarial. Logo depois da famigerada aprovação do PDDU 2007 (http://youtu.be/2Ngr3gkBAJ8) o programa de televisão “Balanço Geral” denunciou que 27 dos 41 vereadores de Salvador receberam R$ 300.000,00 (trezentos mil reais).

Tal situação culmina agora com a discussão em torno do PDDU da Copa que envolve interesses de grandes empreendedores em detrimento da coletividade. À vista das aberrações, as promotoras Rita Tourinho e Cristina Seixas Graça, do Ministério Público da Bahia ajuizaram, nesta segunda (02/01/2012), na 5ª Vara da Fazenda Pública, ação de improbidade administrativa contra os 31 vereadores – incluindo o presidente da Câmara Municipal, Pedro Godinho (PMDB), em função da votação ocorrida no último dia 29.

A ação se refere à inclusão na Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo (LOUOS) de itens que estavam previstos no projeto de lei do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) da Copa e cuja tramitação foi suspensa judicialmente com notificação à Câmara de Vereadores no dia 21/12/2011.

Com o PDDU da Copa suspenso, liminarmente, pela Justiça os vereadores se utilizaram de uma manobra considerada ilegal pelo Ministério Público: eles transferiram artigos do PDDU para a LOUOS. A maioria governista aliada a parte da oposição votaram e aprovaram. O presidente Pedro Godinho não votou, mas foi citado na ação por haver encaminhado a votação.

Nada mais, pois, promoveram as dignas promotoras do que a defesa da lei e da moralidade pública, e assim, os interesses da sociedade.

Com o fim de promover a mais ampla possível participação da sociedade civil, entidades como o MPF e MPE saem em defesa do interesse coletivo, mas vêm sofrendo retaliações, o que não podemos concordar, pois defendemos a ampliação da democracia participativa, ao contrário do que vem sendo promovido pelas leis de alteração administrativa, tanto em nível municipal quanto estadual.

Em nível municipal, observamos: o Conselho da Cidade, que além de nunca ter sido empossado, reduziu a quantidade de membros dos movimentos sociais de mais de 20 para somente, contra 4 representantes do segmento empresarial e nunca  conseguiu reunir-se; o Conselho Municipal de Meio Ambiente – COMAM, não consegue estruturar-se em Câmaras Técnicas e discutir o Código Municipal de Meio Ambiente e teve recentemente a capacidade deliberativa cassada; em nível estadual se segue a mesma lógica: o CEPRAM teve a competência de licenciar grandes empreendimentos cassada sob argumentos falaciosos de modernização, gerando uma aberração administrativa denominada LAC – Licença por Adesão e Compromisso, que nada mais é licenciamento auto-declaratório.

Por isso REPUDIAMOS esses atos de membros do poder público executivo e legislativo, ao tempo em que APOIAMOS EREFERENDAMOS ATUAÇÃO IRRETOCÁVEL DO MPF E DO MPE NAS PESSOAS DE SUAS PROMOTORAS PÚBLICAS RITA TOURINHO E CRISTINA SEIXAS GRAÇA.

Atenciosamente

Instituto Búzios

AFA – Associação Brasileira de Preservação da Cultura Afro-ameríndia

SOS Barra – Conselho Gestor do Movimento

Movimento Paulo Jackson – ética, justiça, cidadania

Movimento SOS Acupe

Grupo Ambientalista da Bahia – Gambá

Instituto Ambiental da Bahia

Coordenação Ecumênica de Serviço

Federação das Associações de Bairro de Salvador

Logomarca Gambá

Av. Juracy Magalhães Jr, 768, Edf. RV Center, sala 102, Rio Vermelho, Salvador/Ba. Tel/fax: 71- 3346-5965

Reserva Jequitibá – Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, Serra da Jibóia, Elísio Medrado/BA