Entidades discutem agenda baiana pós-Rio +20

06/08/2012

Lilite Cintra fez uma reflexão sobre os dias de Rio +20 e Cúpula dos Povos

“Desenvolvimento não é crescimento econômico”, afirmaram as cerca de 70 pessoas, representantes de diversas organizações ambientais e movimentos sociais que se reuniram no Encontro Rio+20, e Agora?, na última quarta, 01 de agosto, na sede do CREA-BA. Organizado pelo Comitê Baiano Rumo à Rio+20, o encontro teve como objetivo avaliar os resultados dos eventos no Rio, em especial a Cúpula dos Povos, e tirar encaminhamentos para uma agenda socioambiental na Bahia.

Apesar do sentimento geral de insatisfação em relação à falta de resultados concretos e do comprometimento dos governos em garantir um futuro que realmente queremos, a avaliação é que a Rio+20 conseguiu reunir uma pluralidade de pessoas, que trouxeram contribuições e somaram com lutas. Maria Alice Cintra (Lilite), do Grupo Ambientalista da Bahia – Gambá, destacou essa unidade entre os movimentos e a necessidade de continuarmos mobilizados. “A Cúpula dos Povos não foi marcada pelo desânimo, mas por um movimento unificado, não só o ambiental”, afirma. Para Gilberto Leal, do CONEN, a ligação entre as questões de justiça social e ambiental é como “um casamento sem nenhuma possibilidade de divórcio”.

Bem à forma da Cúpula, o encontro seguiu o mesmo pluralismo de questões, sendo discutidas por representantes de movimentos negros, indígenas, de mulheres, crianças e jovens, de entidades ecumênicas, do meio acadêmico e empresarial. Através dos trabalhos em grupos, as pessoas que foram aos eventos do Rio e também as que não foram, puderam compartilhar as experiências vividas e expectativas às próximas ações, como o jovem Iago Hairon, da Federação de Bandeirantes do Brasil. Para ele, “a Rio+20 serviu como uma injeção de ânimo, para fortalecer e intensificar as ações que os movimentos têm realizado.”

A partir das discussões em grupos foram apresentadas propostas à continuidade das mobilizações no estado. Entre elas, destacam-se necessidade de apoiar outras lutas e não deixar que as articulações realizadas para a Cúpula e a Rio+20 sejam dissolvidas. “A ideia é aumentar o número de organizações e pessoas envolvidas, para que possamos criar uma agenda baiana permanente de ações em defesa da justiça social e ambiental”, afirma Dimas Galvão, da CESE, que participou ativamente da organização da Cúpula dos Povos. “Apesar de ainda necessitarmos de maiores discussões, as organizações presentes já se comprometeram em amplificar o alcance de campanhas emblemáticas como a campanha permanente contra o uso dos agrotóxicos e a campanha somos todos rio dos macacos”, completa.

Uma próxima reunião será marcada com o objetivo de referendar as ações já propostas e destacar as prioritárias.

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