22/01/2021
Uma série de entidades, entre elas o Gambá, assinou nota de repúdio ao licenciamento de unidades de armazenamento de lixo radioativo das usinas nucleares em Angra dos Reis. Elas afirmam que o processo tem apresentado muitas falhas e que as unidades não se configuram como solução definitiva, uma das condicionantes do licenciamento ambiental das usinas.
Saiba mais aqui e leia a nota abaixo:
NOTA DE REPÚDIO
A Sociedade Angrense de Proteção Ecológica e as organizações abaixo assinado vêm a público repudiar a implantação das Unidades de Armazenamento a Seco (UAS’s) no parque das usinas nucleares de Angra I e II. É insano corrermos mais este risco nuclear, tendo em vista que já não possuímos um plano emergencial decente que atenda as reais necessidades da população. A audiência pública sobre as UAS’s é prova de que a Eletronuclear não cumpre a condicionante para as obras de Angra III, que são os Depósitos Definitivos para os rejeitos de Angra I e II.
As UAS’s estão sendo construídas ao lado do Centro de Visitantes da Eletronuclear e da estrada Rio-Santos, na beira de um morro. Nada mais são do que grandes cilindros expostos á céu aberto, que armazenam rejeitos de alta radioatividade vindos das piscinas internas dos prédios dos reatores.
Estes cilindros não apresentam segurança adequada ás condições ambientais onde se encontra a central nuclear de Angra dos Reis. Onde é fato crônico que a maresia enferruja a parte interna das usinas, mesmo com toda a blindagem que existe ao meio externo.
Um cemitério de rejeitos altamente radioativos expostos a céu aberto é um risco ainda maior de que haja vazamento radioativo grave.
Nossa Baía da Ilha Grande, patrimônio cultural e ambiental da humanidade e seus moradores não precisam viver mais este risco, exigimos um depósito definitivo que atenda as condições básicas de segurança a longo prazo.
Para impedir mais esse absurdo vamos nos manifestar nessa audiência pouco pública e efetiva, mas que servirá para registrar nossa desaprovação.
Assinam esta nota:
Articulação Antinuclear Brasileira – AAB
Coalizão Xô Nuclear
Rede de ONG’s da Mata Atlântica
Movimento Baía Viva
Grupo de Estudos em Educação Ambiental desde El Sur – GEASur
Núcleo Angra dos Reis/Paraty do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação – SEPE
Associação de Moradores e Pescadores da Ilha do Araújo de Paraty – AMPIA
GAMBÁ – Grupo Ambientalista da Bahia
Grupo de pesquisa Experiências de Trabalhadoras e Trabalhadores no Estado do Rio de Janeiro – UFRRJ/UFF
Articulação Antinuclear do Ceará-AACE
Associação Movimento Paulo Jackson – Ética, Justiça, Cidadania
Articulação Sertão Antinuclear
Coletivo de Assistentes Sociais Resistência e Luta
São Francisco Vivo – SFVivo
Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto – ABREA
Grupo Tortura Nunca Mais do RJ
Fórum Brasileiro de ONGs de Movimentos Sociais – FBOMS
Alternativa Terrazul – Brasília
Fundação Grupo Esquel Brasil – Brasília
Grupo de Estudos da Baía da Ilha Grande – GEBIG IEAR/UFF
Fórum de Comunidades Tradicionais de Angra, Paraty e Ubatuba – FCT
Frente por uma Nova Política Energética para o Brasil
Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental
Grupo de Estudos em Desastres Sócio-Naturais IEAR/ UFF
Grupo Ilha Grande Humanidades
Imaterra – Instituto Mãos da Terra de Salvador (BA)
Observatório do Saneamento Básico da Bahia
Instituto de Permacultura da Bahia
Fundação Mata Atlântica e Ecossistemas
Movimento SOS JACONÉ PORTO NÃO
IPEMAR -Instituto de Pesquisas Marinhas, Arquitetura e Recursos Renováveis.
Associação Beneficente, Cultural, Permacultural e Religiosa Aiê Eletuloju
Laboratório de Estudos de Movimentos Sociais e Territorialidades do Programa de Pós Geografia da UFF