Gambá vai restaurar 6 hectares na Serra da Jiboia

05/06/2021

O Gambá realizou o levantamento de 6 propriedades para receber restauração ecológica através do plantio de 11.000 mudas nativas dentro do Projeto Refloresta. Os plantios devem acontecer até o final de julho e as áreas estão no entorno da Serra da Jiboia – sendo quatro no município de Castro Alves e duas no município de Varzedo. Juntas, elas somam 6 hectares de área e 2,8 km de perímetro de Área de Preservação Permanente (APP). O Projeto Refloresta conta com a parceria da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Castro Alves, da ONG italiana Cospe Onlus e apoio institucional da Rete Clima, rede italiana de ação climática.

As áreas foram selecionadas para receber o benefício a partir de alguns critérios: estar no entorno da Serra da Jiboia, apresentar potencial de contribuir com provisão de água às bacias hidrográficas locais, ter proprietários com perfil da agricultura familiar e apresentar passivo ambiental a ser amortizado a partir do plantio. A prefeitura de Castro Alves, além de ter prestado apoio no mapeamento de proprietários já sensibilizados e que pleiteavam meios para restaurar suas áreas, vai ajudar também a realizar o cercamento das áreas para proteção das mudas. 

“Em contato com as comunidades, nós identificamos nascentes desativadas e procuramos as famílias proprietárias. A relação próxima que temos ajudou bastante. São agricultores do entorno da Serra da Jiboia, dois deles estão no entorno do rio Jaguaripe. Alguns tinham até questões jurídicas e precisavam recuperar áreas, fizemos uma visita para conversar e falamos da oportunidade de recuperar através da parceria com o Gambá”, explicou João Mendonça, secretário de agricultura e meio ambiente de Castro Alves.

A professora Iraíldes Ramos é uma das beneficiárias. A propriedade que herdou de seu esposo Gilson Ramos em Cruzeiro da Estiva, distrito Sítio do Meio, em Castro Alves, vai ter uma nascente recuperada. “Há uns 10 anos atrás essa nascente servia como ponto de apoio da localidade, as pessoas pegavam água para beber, lavar roupa, diversas coisas. Depois esse lugar ficou um pouco descuidado e a nascente foi se acabando. O meu desejo é de cuidar desse patrimônio para não faltar, porque a gente não sabe do futuro. Eu estou animada com o plantio e era um sonho também do meu esposo, que faleceu há três anos. Ele tinha muita vontade de restaurar a nascente e fazer um pesqueiro na nossa propriedade”, conta Iraíldes.

Serão 11 mil mudas plantadas inicialmente e mais 5 mil utilizadas posteriormente para compensar perdas que ocorrem naturalmente no processo de restauração. As mudas são produzidas pelo Gambá no Centro de Pesquisa e Manejo da Vida Silvestre, base de trabalho na Serra da Jiboia, onde está instalado o viveiro que produz e comercializa mudas nativas de Mata Atlântica e Caatinga. 

Há quase 20 anos o Gambá atua com reflorestamento na Serra da Jiboia, sempre buscando financiamento para recuperar áreas. Neste Dia Mundial do Meio Ambiente se inicia também a década da restauração de ecossistemas da ONU, mais uma oportunidade em que o Gambá reafirma seu compromisso com a ação local na Serra da Jiboia, partindo da compreensão de que no atual estágio de degradação ambiental do planeta não basta mais somente preservar, precisamos restaurar os ambientes naturais para restabelecer o equilíbrio ambiental.

Serra da Jiboia

A Serra da Jiboia é um importante remanescente florestal no Recôncavo Sul Baiano. Trata-se de uma área de mais de 8 mil hectares que abrange cinco municípios: Elísio Medrado, Castro Alves, Santa Teresinha, Varzedo e São Miguel das Matas. Um fator que torna a serra peculiar é ser uma zona de transição entre Mata Atlântica e Caatinga, fenômeno conhecido como ecótono. Apesar da enorme oplriqueza de fauna, flora e da contribuição para a produção de água, a região não é área protegida através de Unidades de Conservação ainda. O Gambá e a UFRB realizaram uma série de estudos que resultaram em uma proposta de criação de um mosaico de Unidades de Conservação, mas os órgãos responsáveis não têm dado andamento à criação dessas unidades que garantiriam proteção à área.

A necessidade de proteção da Serra é fácil de ser notada. Nos últimos anos a Mata Atlântica vem sendo desmatada e substituída por pastagens. A derrubada das matas ciliares vem diminuindo sensivelmente a quantidade de água. Os moradores também relatam o uso abusivo de agrotóxicos que contaminam água e solo, já a fauna local é ameaçada pela caça e o tráfico de animais silvestres. Por isso, há mais de 20 anos, o Gambá atua na região promovendo restauração florestal para recuperar os danos já causados e educação ambiental para as comunidades locais, a fim de garantir a conservação da floresta em pé.

Conheça mais sobre a Serra através das publicações Proposta de Unidade de Conservação da Serra da Jiboia e Trilhando a Serra da Jiboia, produzidas por Gambá e UFRB.

Logomarca Gambá

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Reserva Jequitibá – Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, Serra da Jibóia, Elísio Medrado/BA