31/10/2012
Como já se tornou uma práxis da prefeitura de Salvador, mais um projeto, que trará sérios impactos ambientais e sociais, vem sendo imposto sem passar pelo mínimo processo de discussão e avaliação necessária, que deveria envolver os órgãos públicos competentes e a população em geral. Trata-se da implantação da Linha Viva, que prevê uma via de17,7 km, do Acesso Norte até a região do CIA/Aeroporto. A intenção a princípio é interessante e necessária ante a expansão da cidade: desafogar o tráfego na Avenida Paralela. Contudo, a proposta já tem edital de licitação em discussão, sem sequer apresentar estudos de impacto social e ambiental.
No último dia 22 de outubro, foi suspensa a audiência pública do projeto, convocada pela Secretaria de Infraestrutura do Município. A vereadora Alaldice e o Ministério Público pediram a suspensão, porque os documentos relativos aos impactos ambientais ainda não foram tornados públicos. A Procuradoria do Município também sinalizou que não fora consultada formalmente sobre esse projeto. Para construir a via, será necessária a desapropriação de áreas e casas, bem como o pagamento de indenizações. A prefeitura ainda não tem levantamento de quantos imóveis serão alvo da desapropriação.
Segundo informações publicadas no Jornal A Tarde, do dia 22 de outubro de 2012 , “O projeto da Linha Viva prevê a concessão do sistema viário por 35 anos tendo como contrapartida a construção, gestão e manutenção da via. A avenida demandará quatro anos de obras e investimentos da ordem de R$ 1,5 bilhão. O pedágio só poderá ser cobrado após a entrega da obra. Pelo modelo proposto, vence a licitação a empresa ou consórcio que pagar a prefeitura o maior montante a título de outorga, tendo como piso o valor de R$ 20 milhões.”
Ninguém avisou que ao reduzir o IPI para a compra de carros, estava embutido no “pacote”: um aumento excessivo de veículos trafegando, consequentemente mais trânsito, escassez de combustível e avenidas com pedágio! Que tal melhorar o transporte público, desenvolver novas linhas de circulação, criar novas ciclovias em diferentes pontos da cidade e tratar os soteropolitanos com o respeito que eles merecem?