Máfia do carvão desmata 19 mil hectares de vegetação nativa

02/09/2011

A Operação Corcel Negro II estima dar 150 mandados de prisão para pessoas envolvidas com a máfia do carvão ilegal na Bahia e em Minas Gerais. Já foram emitidas multas que somam R$75 milhões. A máfia do carvão ilegal desmatou uma área em torno de 19 mil hectares de vegetação nativa, sem autorização. Foi produzida uma quantidade de mais de meio milhão de metros de carvão, transportados em 8 mil viagens de caminhões.

Na última reunião do Comitê da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica da Bahia, dia 30 de agosto, houve a participação do Superintende do IBAMA, Célio Costa Pinto e do promotor do Ministério Público do Estado, Marcelo Guedes que trouxeram informações sobre o andamento da operação. Eles consideram que a máfia do carvão na Bahia e Minas Gerais tem o mesmo nível de organização e atuação armada que o tráfico de drogas. De acordo com eles, a base e os líderes desse crime organizado foram atingidos pela operação, exigindo monitoramento de agora em diante, a fim de evitar sua reestruturação futura.

O material apreendido pela operação está em análise e estima-se alcançar um número significativo de pessoas envolvidas com as práticas criminosas. O esquema contava com empresas de diversos estados brasileiros – que solicitava autorizações para produção de carvão com uso de resíduos de serraria. Esses créditos virtuais eram vendidos para empresas de fachada na Bahia, com intuito de legalizar carvão extraído sem autorização do cerrado e da caatinga. Esses créditos eram comercializados pelas empresas nos estados do Nordeste e contavam com autorização dos planos de manejo, dadas pelos órgãos estaduais de meio ambiente.

O carvão era derrubado do cerrado e da caatinga e distribuído até as siderúrgicas, com compra e venda realizada por meio de notas frias, além de flexibilidade na fiscalização. O IBAMA considera que é indispensável o compromisso das empresas produtoras de aço com a responsabilidade socioambiental. Além de destruir o cerrado e a caatinga brasileiros, esse esquema envolve condições degradantes de trabalho nas carvoarias e a exploração do trabalho em condições semi-escravas por vezes.

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