26/11/2014
Após a formação sobre o instrumento de gestão ambiental, a sociedade precisa contar com o próximo passo das prefeituras para viabilizar o planejamento de conservação do bioma
Nos dias 20 e 21 de novembro, cerca de 30 representantes do poder público e sociedade civil do Recôncavo Sul Baiano estiveram reunidos em Varzedo participando de oficina sobre elaboração de Planos Municipais de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica, realizada pelo Projeto Ações Ambientais Sustentáveis que é patrocinado pela Petrobras através do programa Petrobras Socioambiental.
Os participantes da atividade, ficaram alarmados ao visualizar em mapas a escassez de fragmentos florestais com mais de 100 hectares que ainda restam na região. A conclusão é que os municípios precisam tomar a dianteira e atuar de forma proativa na conservação da Mata Atlântica. “Os mapas não são muito animadores, mas precisamos fazer o planejamento para preservar a sociobiodiversidade que é tão importante para a qualidade de vida das pessoas”, defende Renato Cunha, coordenador executivo do Gambá.
O Promotor de Justiça Julimar Barreto, do Ministério Público, participou da atividade e também defende a adoção de estratégias de conservação florestal por parte dos municípios, “precisamos fazer os corredores ecológicos e frear o desmatamento. Quando já temos tão pouco, precisamos praticar o desmatamento zero!”. Os prefeitos de Santa Teresinha, Ailton Nascimento, e de Varzedo, Radaman Barreto, também parecem convencidos da necessidade de proteger a Mata Atlântica na região. Ailton colocou-se à disposição para colaborar em ações de conservação, especialmente na Serra da Jiboia. Radaman lembrou da importância de fazer a recuperação de nascentes e da parceria com a agricultura familiar para a conservação ambiental.
Durante os dois dias, os participantes discutiram o Plano Municipal de Mata Atlântica, instrumento de planejamento criado a partir da Lei da Mata Atlântica (Lei nº11.428/2006). O objetivo era vivenciar os passos metodológicos propostos pelo Gambá para a elaboração dos planos, composto de um diagnóstico e um plano de ação e, com isso, estimular os municípios a construírem seus planos. Ao final da atividade, da qual participaram representantes de 9 municípios, os gestores ambientais presentes assumiram o compromisso de levar aos prefeitos a necessidade de elaboração e execução dos Planos Municipais de Mata Atlântica.
O Gambá, que já realizou participativamente dois planos municipais na Bahia, um em Pernambuco, e está conduzindo a elaboração de mais 9 planos no sul e extremo sul da Bahia, colocou-se à disposição para colaborar com as prefeituras na construção desses planos.