25/10/2012
Durante a 3ª CEMA – Conferência Estadual do Meio Ambiente, em Salvador/BA, algumas instituições (ONGs ambientalistas, associação de moradores, conselhos municipais, dentre outras) lançaram um MANIFESTO expressando o desejo de ver a participação social ser encarada de forma mais séria e a necessidade de buscar uma integração de pautas na gestão ambiental.
Segue o texto na íntegra:
Manifesto
Conferência Estadual do Meio Ambiente está instituída, pela atual Lei Estadual do Meio Ambiente (nº 10.431/06), como um “…fórum representativo e legítimo de apoio a formulação da Política Ambiental do Estado.”, que deveria ser subsídio para a elaboração de planos e programas, inclusive do PPA (Plano Plurianual).
Considerando os retrocessos causados nas alterações da Lei Estadual do Meio Ambiente (nº 10.431/06), em especial com a redução proporcional dos assentos da sociedade civil no Cepram (Conselho Estadual do Meio Ambiente); com a retirada do poder licenciatório do Cepram e com a instituição da licença por adesão e compromisso (LAC);
Considerando que não está ocorrendo a “…necessária participação da sociedade civil…” (Lei nº 10.431/06) no processo de elaboração do ZEE (Zoneamento Ecológico Econômico);
Considerando o enfraquecimento da participação e do controle social, com o esvaziamento do papel estratégico dos colegiados ambientais nas decisões dos grandes temas da Política Ambiental, tais como: mineração, matriz energética, resíduos sólidos, infraestrutura portuária, ferrovias, proteção dos biomas, uso de agrotóxicos, monocultura de eucalipto, gestão das águas, dentre outros,
Reivindicamos:
1 – A reestruturação imediata do CAPPA (Conselho de Acompanhamento do Plano Plurianual);
2 – A retomada imediata das atividades do Cedeter (Conselho Estadual de Desenvolvimento Territorial);
3 – A criação imediata de uma Comissão de acompanhamento da elaboração do ZEE, com participação equitativa dos diversos segmentos;
4 – Que os conselheiros de todos os colegiados ambientais voltem a ser considerados delegados natos nas próximas conferências, tanto os titulares como os suplentes;
5 – Que todos os colegiados ambientais (conselhos, comissões, comitês) sejam encarados como espaços decisórios e educadores;
6 – Que seja feita a integração das pautas dos colegiados ambientais;
7- que a Educação Ambiental (proposta na Lei nº12.056/11) seja utilizada em todos os processos metodológicos de planejamento e de gestão das diversas áreas temáticas, buscando um olhar integrado entre elas.
Salvador, 17 de outubro de 2012
Assinam este documento:
Instituto Viver da Mata
Cepedes – Centro de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Extremo Sul
Associação Flora Brasil
IMBU – Instituto Bonfinense de Meio Ambiente e Educação Ambiental
Gambá – Grupo Ambientalista da Bahia
Germem – Grupo em Defesa e Promoção Socioambiental
Ideia – Instituto de Defesa, Estudo e Integração Ambiental
ADAC – Associação de Desenvolvimento e Ação Comunitária
Centro de Desenvolvimento Agroecológico do Extremo Sul da Bahia – Terra Viva
Associação da Aldeia Trevo do Parque – Pataxó
Casa 3º Setor – Território Médio Rio das Contas
Abará – Associação Brasileira de Apoio aos Recursos Ambientais
Associação dos Moradores do Bairro São Miguel – Ilhéus
Fami – Federação das Associações dos Moradores de Ilhéus
Cras – Cidadãos Rioleenses Associados
Cedeter – Conselho Estadual de Desenvolvimento Territorial
Conselho Municipal de Meio Ambiente de Camacã
Conselho Municipal de Meio Ambiente de Itajuipe
Bioeste – Instituto de Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável do Oeste da Bahia
Na conferência, o manifesto já recebeu assinatura de 19 instituições, e permanece aberto a novas adesões. Para assinar o documento, basta informar através do email: ascom@gamba.org.br, que a sua assinatura será incluída no texto.