Salvador e seus rios sepultados sob as avenidas de vale

28/10/2011

As obras de cobertura do Rio Lucaia na Avenida Vasco da Gama.

Quem anda pela Rua do Canal do Rio Vermelho, quase sempre considera que aquelas águas que correm ali, justificando o nome da rua, são alguma espécie de esgoto velho. Esse mesmo rio que no passado também dera nome ao bairro do Rio Vermelho é mais um que morreu, agonizando no desenvolvimento sem planejamento da cidade, que passou por cima de todos os seus rios e hoje os sepulta com bastante cal e cimento.

A regra soteropolitana vai na contra mão do que se faz mundo afora: renaturalizar o rio, retirando o revestimento do fundo dos canais, plantando vegetação em volta, resgate das funções naturais dos rios. Mas por aqui, a estratégia mais preguiçosa, barata e rápida é a mais adotada: aterrar as lagoas e cursos d’água, a fim de agradar ao gosto do avanço imobiliário, mais comprometido em apagar imperfeições e atrair o gosto da classe média, mais preocupada em endividar-se nesses novos empreendimentos, que de verdes só tem a publicidade.

O próximo rio a ser tampado é justamente o Lucaia, confundido como um canal de esgoto – assim como todos os rios urbanos da capital baiana. Já se foram recentemente o Rio dos Seixos, da Avenida Centenário, o Rio das Pedras no Imbuí. Confiram a Carta Aberta sobre os Rios de Salvador.

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