O PAE teve seu ponto de partida no inicio do ano de 2005, no âmbito do FBOMS – Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais, quando o CEA – Centro de Estudos Ambientais, do Rio Grande do Sul, em cooperação com o Gambá – Grupo Ambientalista da Bahia, instituições integrantes deste Fórum, idealizaram-no a partir de suas experiências coletivas na temática da Educação Ambiental. Depois de diversas reuniões com o MMA – Ministério do Meio Ambiente visando sua implementação, foi assinado o Contrato (SC 03114/2008 SA-5957/2008) com a UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
O PAE foi desenvolvido pelas ONGs CEA e Gambá, de set/08 a jul/09, e teve como objetivo geral estruturar um processo experimental de formação continuada de lideranças ambientalistas e de movimentos sociais, na Bahia e no Rio Grande do Sul, que pudesse ser reeditado nos demais estados; servindo num primeiro momento, como espaço de aprendizagem e, num segundo momento, como estimulação e potencialização de pessoas atuantes para fomentar ações de educação, de mudanças culturais e sociais rumo a sustentabilidade ambiental. O projeto formou duas turmas piloto de ambientalistas educadores, de cerca de trinta pessoas cada, na BA e no RS.
A metodologia que norteou as atividades do PAE foi a Pesquisa – Ação – Participante/PAP, que unifica teoria, conhecimento e prática numa perspectiva crítica, emancipatória e participativa de Educação Ambiental. De acordo com o Projeto Político Pedagógico, o processo de formação propiciou momentos de aprendizado, de reflexão e de intervenção na realidade, intercalando os módulos presenciais, com atividades de campo.
Na Bahia, o foco do trabalho foi a participação em colegiados. Divulgação dos principais conflitos locais, contribuição com o acompanhamento das políticas públicas, estimulação e fortalecimento de articulações locais, como os Coletivos Educadores e os grupos das Agendas 21 locais. No mapa que se segue é possível visualizar as localidades dos participantes.
As atividades realizadas e também o trabalho coletivo ao longo do PAE-BA resultaram em alguns produtos concretos, descritos a seguir:
Balanço dos colegiados de gestão socioambiental do Estado da Bahia
Na primeira Atividade de Campo cada participante buscou informações a respeito do colegiado do qual é membro. História de criação do colegiado, sua abrangência, natureza, composição. Apresentou também a sua avaliação do funcionamento do colegiado. Através da análise do conjunto de relatórios, o grupo construiu coletivamente um balanço dos colegiados do Estado, que retrata, em parte, a realidade encontrada. Incluiu ainda os procedimentos inovadores bem sucedidos e recomendações para melhoras no funcionamento.
Dossiês sobre conflitos ambientais importantes no Estado da Bahia
A Atividade de Campo II culminou com a elaboração de um dossiê sobre um conflito ambiental importante na região de cada participante do PAE-BA. Este dossiê foi elaborado com a intenção de encaminhar a questão ao Colegiado competente e a outras instâncias envolvidas na resolução do conflito. Além disso, o dossiê elaborado visou informar à sociedade local com relação ao conflito e formar uma articulação em busca de soluções.
Rede de Ambientalistas Educadores PAE-BA.
Ao longo do PAE-BA formou-se uma rede de Ambientalistas Educadores para continuidade de ações, troca de informações e articulação do movimento ambientalista do Estado da Bahia.
Como desdobramentos foram previstos planos de ações regionais, visando uma maior proximidade entre as entidades que atuam em uma mesma região. Também houve divisão de responsabilidade para manter a mobilização do grupo. Foi marcado um reencontro dos participantes do PAE-BA para o segundo semestre de 2009, sendo que cada um ficou com a tarefa de buscar recursos para viabilizar sua própria participação.
Dos que iniciaram o processo, 21 pessoas completaram a formação do PAE-BA, sendo 10 mulheres e 11 homens. Das instituições representadas, nove atuam no litoral, do extremo sul ao norte do Estado, seis atuam em Salvador, três atuam no recôncavo, duas atuam na Chapada Diamantina e uma atua na caatinga.