Convergência pelo Clima apresenta contribuições da sociedade civil para o Plano de Mudanças Climáticas de Salvador

23/03/2020

A Convergência pelo Clima, uma rede de coletivos da sociedade civil atuando na capital baiana e região metropolitana, compilou algumas urgências identificadas e sugestões a serem incorporadas ao Plano de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas de Salvador, que está sendo elaborado pela prefeitura. O documento, que já foi entregue à Secretaria de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis), à presidência da Câmara Municipal de Salvador, à equipe de elaboração do plano e ao Ministério Público Estadual, é um texto inicial a partir do qual se espera ampliar a participação social na construção do plano. A idéia era discutir o documento  com o secretário da SECIS em audiência pública solicitada pelo vereador Marcos Mendes para 16 de março. No entanto, devido às medidas preventivas de isolamento social contra a disseminação do Coronavírus, o evento foi adiado para data a definir.

O Plano de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas tem o objetivo de preparar a capital baiana para o futuro incerto que resultará da crise mundial do clima. Para executar o plano foi contratado um consórcio formado pela empresa mineira WayCarbon e pelas organizações ICLEI e WWF Brasil. Um dos objetivos do plano, segundo a prefeitura, é zerar as emissões de carbono do município e assim deixar de contribuir com o efeito estufa. Até o momento ainda não foi constituído uma comissão de acompanhamento do processo de elaboração do Plano e nenhuma outra instância de participação da sociedade civil.

“A emergência climática exige enormes mudanças tanto nas estruturas quanto em comportamentos que se impõem como necessários para limitar a catástrofe que já observamos. Essas mudanças não virão sem a participação da população. Os territórios do entorno das áreas verdes, parques e unidades de conservação, têm imenso potencial para fortalecer essa construção coletiva”, defende Marcele do Valle, que integra a rede representando o Instituto Búzios. Segundo Renato Cunha, coordenador executivo do Grupo Ambientalista da Bahia, a Convergência pretende também levar o documento com as urgências identificadas aos candidatos das eleições municipais deste ano, para que o tema seja pautado com o destaque que merece. 

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O documento entregue é um compilado inicial de contribuições da rede composta por entidades socioambientalistas, defensores das áreas verdes da cidade, ativistas de mobilidade e do direito à cidade, movimentos culturais, entidades trabalhistas, associações comunitárias, pesquisadores e voluntários. As sugestões incluem recomendações gerais para toda a cidade, como a renaturalização de rios, suspensão e plantio maciço de árvores nativas, questões pontuais como a revisão do projeto do BRT, mas também trata especificamente dos territórios da bacia do rio Jaguaribe, dos Parques de Pituaçu e do Vale Encantado e das áreas de proteção ambiental do Abaeté e da Bacia Cobre/São Bartolomeu. 

O documento entregue é inicial e a Convergência pelo Clima convoca entidades, ativistas e cidadãos que queiram contribuir com visões vindas de outros setores sociais e territórios no plano que pretende ajudar Salvador a ser mais resiliente frente aos eventos climáticos extremos. Para saber mais e aderir acesse www.gamba.org.br/convergencia

Leia aqui o documento na íntegra

Convergência pelo Clima

É uma rede formada a partir da mobilização local para a Semana do Clima da América Latina e Caribe, realizada em agosto de 2019, em Salvador. Ela surge para mobilizar esforços diante da emergência climática, monitorando as políticas públicas para a questão e levando a discussão aos mais diversos territórios e comunidades. 

Atualmente integram a convergência as seguintes entidades e coletivos: Canteiros Coletivos, Casa dos Olhos do Tempo que fala da Nação Angolão Paquetan Malembá, Casa La Frida Bike, Coletivo Pelô Design, Complexo Cooperativo de Reciclagem da Bahia, Escola Picolino de Artes do Circo, Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo – FeNEA – Região Nordeste, Fórum Permanente de Itapuã, Fundação Terra Mirim, Grupo Ambientalista da Bahia, Grupo Amigos e Moradores de Ipitanga, Grupo de Capoeira da Baixinha, Guardiões da APA Bacia do Cobre/Parque São Bartolomeu, Instituto Búzios, Instituto de Permacultura da Bahia, Movimento Jaguaribe Vivo, Movimento pela preservação de Itapuã/Lagoa do Abaeté, Movimento SOS Vale Encantado, Movimento Viva o Parque de Pituaçu, Mobicidade SSA, Motirõ Bahia, Observatório do Saneamento Básico, Passport0342, Projeto AMPT- Acessibilidade melhor para todos, Projeto Parques em Conexão, Rede Cidade Popular, Rede Moinho – Cooperativa de Comércio Justo e Solidário e Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto do Estado da Bahia (Sindae), além de colaboradores voluntários, pesquisadores e professores da UFBA.